quarta-feira, 31 de julho de 2013

O papa falou… que não era necessário falar!

A iminente legalização do aborto no Brasil: o papa falou… que não era necessário falar!

Julio Severo
A mídia internacional está em frenesi acerca das declarações do papa sobre a homossexualidade. Geralmente, quando os cristãos falam sobre questões homossexuais, a mídia não perdoa: o bombardeio de ataques é incessante. Tenho sido vítima de tais ataques, e tenho escrito muitos artigos defendendo cristãos (católicos e evangélicos) sob tais ataques.
No caso do papa, não houve ataques. Ao que tudo indica, algumas de suas palavras foram deturpadas. Mas, em geral, ele foi celebrado pela imprensa internacional.
Não focarei na polêmica dos comentários dele acerca da homossexualidade e como os jornalistas escolheram ver. Não estou preocupado com o que o papa disse depois de sua viagem ao Brasil. Minha preocupação envolve o que ele não falou no Brasil.
Durante sua viagem, meus amigos pró-vida católicos estavam desesperadamente tentando chegar até o papa para pedir a assistência especial dele contra um projeto de lei pró-aborto que foi aprovado recentemente no Congresso Nacional. Será que a visita do papa foi providencial para ajudar a causa pró-vida?
Escrevi dois recentes artigos sobre o papa e o aborto no Brasil. Um deles disse que “a presidente socialista Dilma Rousseff está para sancionar uma lei de aborto, e o papa não dirigiu nenhuma mensagem específica sobre essa situação urgente do Brasil. Ele deixou o Brasil sem abrir a boca contra essa ameaça iminente.”
Por que ele não falou? Ele não sabia? Havia muitas dúvidas entre os ativistas pró-vida do Brasil, inclusive eu.
Depois do meu último artigo sobre o papa e o aborto no Brasil, uma amiga católica na Noruega me enviou uma resposta original confiável em espanhol dada pelo papa sobre essa questão específica, publicada no proeminente site noticioso católico AciPrensa. O papa deu essa importante resposta em seu voo de saída do Brasil. A seguir, a tradução:
Jornalista: A sociedade brasileira mudou, os jovens mudaram. Você não falou sobre aborto nem sobre casamento entre pessoas do mesmo sexo. No Brasil aprovaram uma lei que amplia o direito ao aborto e outra que permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Por que você não falou sobre isso?
Papa Francisco I: A Igreja tem falado claramente sobre isso, não é necessário voltar a esse assunto, assim como não é necessário falar sobre fraude, mentira ou outras coisas sobre as quais a igreja tem uma doutrina clara. Não é necessário falar sobre isso, mas sobre coisas positivas que abrem o caminho aos jovens. Além disso, os jovens sabem perfeitamente bem qual é posição da Igreja.
Assim, provavelmente o papa sabia sobre o projeto de lei que Dilma está para sancionar em lei. Se não sabia antes, ficou sabendo quando deixou o Brasil e foi entrevistado. Sua resposta foi apenas “A Igreja tem falado claramente sobre isso, não é necessário voltar a esse assunto.”
Como evangélico envolvido há mais de vinte cinco anos no movimento pró-vida, sei disso. Por meio do Papa João Paulo 2º, principalmente sua excelente encíclica Evangelho da Vida, a Igreja Católica falou claramente sobre a defesa da vida.
Outros católicos também têm falado de forma magnífica em defesa da vida. A Madre Teresa de Calcutá, num café-da-manhã de oração com o ex-presidente Bill Clinton, o repreendeu por sua postura pró-aborto uns vinte anos atrás.
Clinton era batista. Contudo, mesmo não sendo católico, ele conhecia o ensino cristão universal, que é essencialmente pró-vida. A Madre Teresa não precisava repreendê-lo porque “A Igreja tem falado claramente sobre isso, não é necessário voltar a esse assunto”?
Então, pelo fato de que o Brasil é o maior país católico do mundo, o papa não precisava tratar diretamente da questão do aborto com o povo brasileiro e com Dilma porque “A Igreja tem falado claramente sobre isso, não é necessário voltar a esse assunto,” muito embora ela esteja para sancionar o aborto?
Pelo jeito, os católicos pró-vida do Brasil também não deveriam lidar diretamente com a questão do aborto com Dilma e com o Congresso Nacional porque “A Igreja tem falado claramente sobre isso, não é necessário voltar a esse assunto.”
Sim, a Igreja Católica tem falado claramente sobre essa questão. A encíclica Evangelho da Vida é prova. Mas não é necessário tratar desse assunto diretamente com uma presidente que está para sancionar o aborto? Não é necessário pregar o Evangelho da Vida vezes sem conta?
Não sei o que meus amigos pró-vida católicos farão agora, mas eu permanecerei pregando o Evangelho de Jesus Cristo, que veio para dar vida em abundância.
Leitura recomendada:

terça-feira, 30 de julho de 2013

O Papa e o Aborto no Brasil

O Papa e o Aborto no Brasil

Dilma Rousseff está para sancionar lei que legaliza o aborto, e o papa de nada sabe

Julio Severo
Um projeto de lei que protege vítimas de violência sexual foi sorrateiramente aprovado no Congresso Nacional recentemente. Não há problema em leis protegendo tais vítimas. Mas os grupos pró-aborto louvaram esse projeto porque efetivamente legalizará o aborto no Brasil. Ele reforçará outra lei que diz que para obter um aborto basta que uma mulher diga que foi vítima de estupro. Não há nenhuma necessidade de evidência médica e legal. Qualquer mulher pode obter um aborto alegando violência.
Papa Francisco e Dilma Rousseff
O projeto, do jeito que está, ajuda mais o aborto do que as vítimas de violência sexual. Agora, ele aguarda sanção oficial da presidente Dilma Rousseff, uma socialista ardorosa que, apesar de tudo, busca não antagonizar sua enorme população católica.
Grupos pró-vida em todo o Brasil estão pressionando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para convencer Dilma a não sancionar a lei pró-aborto. Mas a CNBB, tradicionalmente alinhada com muitos dos credos da Teologia da Libertação, está dividida acerca de uma oposição ao projeto.
Dilma reagirá conforme a mobilização popular que ela vir. Ela está vendo alguns pequenos grupos católicos e evangélicos se opondo. Ela está vendo a CNBB dividida. E nesse contexto urgente, em que o aborto pode ser legalizado a qualquer momento, o papa chega para visitar o Brasil!
Apenas uma única palavra do Papa Francisco pedindo que Dilma não sancione a lei pró-aborto seria mais do que suficiente para ela atender ao pedido dele. A palavra dele representa a vontade de milhões de católicos, e o Brasil é a nação mais católica do mundo.
Mas a CNBB em grande parte esquerdista não informou ao papa sobre a questão urgente. Líderes pró-vida estão tentando chegar até o papa para pedir sua ajuda, mas mesmo nesse caso, sob o susto de ficar sabendo da situação desesperada no Brasil, o papa acabaria ficando desorientado ao buscar informações adicionais diretamente da mais importante hierarquia católica do Brasil: a CNBB.
Dilma está com sua caneta na mão, pronta para assinar a lei pró-aborto, mas ela está esperando. Se o papa abrir a boca para se manifestar, os grupos pró-aborto sofrerão derrota inevitável. Se o papa deixar o Brasil sem abrir a boca, os grupos pró-vida terão muitas dificuldades para explicar sobre a urgência e importância da lei pró-aborto. Afinal, se é tão importante, por que o papa não se manifestou?
Dilma e o Brasil estão aguardando as específicas palavras pró-vida do papa sobre o projeto pró-aborto que ela está para sancionar em lei.
Se o papa deixar o Brasil sem tais palavras, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil terá sangue inocente em suas mãos.
Versão em inglês deste artigo: The Pope and Abortion in Brazil
Leitura adicional:
Se você quiser conhecer sobre a Teologia da Libertação no Brasil, baixe meu livro aqui:http://bit.ly/11zFSqq

O Papa, a Homossexualidade e o Aborto no Brasil

O Papa, a Homossexualidade e o Aborto no Brasil

Julio Severo
Conforme reportagem do Daily Mail, “O papa disse que ‘não julgará’ padres gays. Falando com jornalistas num voo de volta depois de uma visita de uma semana ao Brasil sexualmente permissivo, o Papa Francisco disse que ‘não julgaria’ gays dentro do Vaticano e que eles não deveriam sofrer discriminação. Os comentários do pontífice sobre gays marcam uma abordagem mais conciliatória do que seu antecessor. Bento assinou um documento em 2005 dizendo que homens com profundas tendências homossexuais não deveriam ser padres.”
Discurso sobre não julgar padres gays é uma surpresa, considerando que o enorme escândalo envolvendo pedofilia na Igreja Católica é em grande parte ligado à homossexualidade entre padres.
Mas a surpresa maior, pelo menos para os líderes pró-vida do Brasil, é que a presidente socialista Dilma Rousseff está para sancionar uma lei de aborto, e o papa não dirigiu nenhuma mensagem específica sobre essa situação urgente do Brasil. Ele deixou o Brasil sem abrir a boca contra essa ameaça iminente.
Como evangélico, penso que o papa poderia fazer seu polêmico comentário sobre homossexualismo em outra ocasião. A prioridade absoluta neste momento é abrir a boca contra a iminência da legalização do aborto no Brasil.
Por que ele não falou?
Versão em inglês deste artigo: The Pope, Homosexuality and Abortion in Brazil
Leitura recomendada:

Papa faz imensa concessão à heresia gay

Papa faz imensa concessão à heresia gay

Dr. Scott Lively
Acabei de postar em meu site um artigo (em inglês) do Huffington sobre os comentários do Papa Francisco acerca da homossexualidade
Eu temia que algo assim fosse acontecer com o novo papa.
Papa Francisco 1
Papas anteriores mostraram misericórdia para homossexuais reconhecendo que a mera tentação ao pecado não é em si pecado, e defendiam pois tolerância para celibatários que lutam contra a atração de mesmo sexo. Mas Francisco parece ter cruzado uma fronteira teológica perigosa e ter reconhecido a homossexualidade como uma base legítima para definir a identidade das pessoas. Deus não quer que nos identifiquemos pelo nosso pecado, mas que “sejamos transformados pela renovação de nossas mentes.”
A teoria da orientação sexual é uma invenção do moderno movimento homossexual para avançar a crença falsa e antibíblica de que a homossexualidade é inata e imutável. Mas pior do que isso, essa teoria fornece a base conceitual essencial para a “Teologia Gay,” a heresia emergente de nossa época.
Embora os comentários do Papa Francisco possam parecer para alguns como coerentes com os comentários de seus antecessores imediatos, na medida em que reconhecem a teoria da orientação sexual, eles representam uma mudança sutil, mas significativa, para pior.
Aliás, interpreto esses comentários como a próxima etapa importante (depois da decisão de Alan Chambers de encerrar as atividades de Exodus Internacional e pedir desculpa por dizer que os homossexuais podem mudar) no colapso da resistência da igreja à “Teologia Gay” e o surgimento simultâneo da apostasia.
“Quando esses fatos começarem a surgir, exultai e levantai as vossas cabeças, pois está muito perto a vossa redenção!” (Lucas 21:28 KJA)
Olhe só para cima!
Dr. Scott Lively é autor do famoso livro “The Pink Swastika” (A Suástica Rosa), que desmascara a agenda gay.
Traduzido por Julio Severo de carta do Dr. LIvely para Julio Severo em 29 de julho de 2013.
Leitura recomendada:
Outros artigos do Dr. Scott Lively:

O que fazer agora depois da visita do Papa Francisco?!

Será que estamos testemunhando uma “segunda reforma” dentro da Igreja Católica? – Solano Portela

papa-2
NOTA: Sermão pregado na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro em 28.07.2013, baseado em um texto meu anteriormente postado no BLOG, atualizado para o contexto da visita do Papa ao Brasil, no final de julho de 2013.
LeituraMateus 9.35-38
E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades.Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustascomo ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.

Introdução:

Certamente temos visto multidões, idosos e jovens, enfrentando a chuva, a lama, o frio, a ausência de transporte, a insegurança das cidades, para ver o Papa em sua visita ao Brasil, que começou na segunda-feira, 22.07.2013, e se estende até o último domingo do mês. A mídia tem divulgado a visita com tanta intensidade, que se você estava neste planeta, nestas últimas semanas, não pode ter ignorado a presença do Papa no Brasil. Por exemplo, a revista semanal de maior circulação e repercussão (VEJA) trouxe reportagens de capa sobre o acontecimento em duas semanas seguidas. Como avaliar a pessoa do Papa, a sua visita e os seus pronunciamentos? Como entender as expressões de fé e devoção encontradas nos olhares das multidões? O texto de Mateus 9.35-38 fala de multidões às quais não faltava religiosidade! Ao lado da curiosidade, havia devoção, ensino dogmático, religião, mas eram ovelhas “que não tinham pastor”! A sinceridade, mesmo presente, não era passaporte para a verdade! E o pastor de que se fala no texto, é um só – Cristo Jesus, fora do qual não há salvação. Quem é o Papa atual?
O cardeal argentino, Jorge Mario Bergoglio foi escolhido Papa (e assumiu o nome de Francisco) em um dia considerado por muitos “cabalístico” (13.03.13). Havia uma expectativa em muitas pessoas e na mídia de que o novo líder da Igreja Católica fosse um Papa “progressista”. Estes se espantaram com a sua posição em relação à união de gays; à questão do homossexualismo, que hoje em dia é propagada como “apenas” uma opção sexual; e sobre o aborto. Ele é contra, ponto final! Alguns católicos se espantaram porque ele não colocou, de início, o envolvimento social como prioridade máxima da Igreja. Em vez disso, contrariou a mensagem que tem soado renitentemente ao longo das quatro últimas décadas, especialmente em terras brasileiras, proclamada pelos politizados “teólogos da libertação”, ou da natimorta “teologia pública”. Ele aparentou priorizar as questões espirituais!
Desde o início do seu “Papado” certas declarações chamaram a atenção, também, dos evangélicos. Por exemplo, ele disse que a missão da Igreja é difundir a mensagem de Jesus Cristo pelo mundo. Na realidade, ele foi mais enfático ainda e afirmou que se esse não for o foco principal, a Instituição da Igreja Católica Romana tende a se transformar em uma “ONG beneficente”, mas sem relevância maior à saúde espiritual das pessoas! Depois, o viés mudou um pouco, especialmente nesta visita ao Brasil. A ênfase passou para uma postura de vida ascética e humilde, demonstrando uma frugalidade que, em uma era de opulência, corrupção, apropriação de valores alheios e desprezo pelos valores reais da vida, também soa saudável e pertinente!
Ei! Disseram alguns evangélicos – essa é a nossa mensagem!!

Segunda Reforma

Bom, não seria a primeira vez na história que um prelado católico reconhece que a Igreja tem estado equivocada em seus caminhos e mensagem. Já houve um monge agostiniano que, estudando a Bíblia, verificou que tinha que retornar às bases das Escrituras e reavivar a missão da igreja na proclamação do evangelho, libertando-a de penduricalhos humanos absorvidos através de séculos de tradição. Estes possuíam apenas características místicas, mas nenhuma contribuição espiritual e de vida que fosse real às pessoas. Assim foi disparado o movimento que ficou conhecido na história como a Reforma do Século 16, com as mensagens, escritos e ações de Martinho Lutero, em 1517. Lutero foi seguido por muitos outros reformadores, que se apegaram à Bíblia como regra de fé e prática.
Será que estamos testemunhando uma “segunda reforma” dentro da Igreja Católica? Se algumas dessas declarações do Papa Francisco forem levadas a sério, por ele próprio e por seus seguidores, vai ser uma revolução. Mas é importante lembrar, entretanto, que proclamar a mensagem de Jesus Cristo é algo bem abrangente e sério. Existem implicações definidas e explícitas nessa frase. E a questão que não quer calar é: será que a Igreja Católica está disposta a se definir com coragem em pelo menos nessas cinco áreas cruciais? Examinemos uma a uma.
1. AS ESCRITURAS: Rejeitar apêndices aos livros inspirados das Escrituras. Ou seja, assumir lealdade apenas às Escrituras Sagradas, rejeitando os chamados livros apócrifos.Proclamar as palavras de Jesus, nesta área, é aceitar tão somente o que ele aceitou. Em Lucas 24.44, Jesus referiu-se às Escrituras disponíveis antes dos livros do Novo Testamento, como “A Lei de Moisés, Os Profetas e Os Salmos” – essa era exatamente a forma da época de se referir às Escrituras que formam o Antigo Testamento, em três divisões específicas (Pentateuco, livros históricos e proféticos e livros poéticos) compreendendo, no total, 39 livros. Representam os livros inspirados aceitos até hoje pelo cristianismo histórico, abraçado pelos evangélicos, bem como pelos Judeus de então e da atualidade. Ou seja, nenhuma menção ou aceitação dos livros apócrifos, não inspirados, que foram inseridos 400 anos depois de Cristo, quando Jerônimo editou a tradução em Latim da Bíblia – a Vulgata Latina[1]. Evangélicos e católicos concordam quanto aos 27 livros do Novo Testamento, mas essas adições à Palavra são responsáveis pela introdução de diversas doutrinas estranhas, que nunca foram ensinadas ou abraçadas por Jesus e pelos apóstolos. Além disso, na Igreja Católica, a própria TRADIÇÃO tem força normativa igual à Bíblia. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo começa com a aceitação das Escrituras do Antigo e Novo Testamento, e elas somente, como fonte de conhecimento religioso e regra de fé e prática. Se não nos atemos a conhecer as Escrituras verdadeiras, caímos em erro, como alerta Jesus a alguns religiosos do seu tempo, que apesar de citarem as Escrituras, se apegavam mais às tradições do que à Palavra de Deus: “Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?” (Marcos 12.24). O livro doApocalipse, no final da Bíblia, traz palavras duras tanto para subtrações como para ADIÇÕES às Escrituras: (22.18)   “Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; (22.19)   e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro”.
2. A MEDIAÇÃO COM DEUS: Rejeitar a mediação de qualquer outro (ou outra) entre Deus e as Pessoas, que não seja o próprio Cristo. Não acatar a mediação de Maria, e muito menos a designação dela como co-redentora, lembrando que o ensino da palavra é o de que “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2.5). Na realidade, a Igreja precisa obedecer até à própria Maria, que ensinou: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2.5); e Ele nos diz: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao pai, senão por mim” (João 14.6). Foi um momento revelador da dificuldade que o Papa tem na aderência a essa mensagem da Bíblia, observar sua homilia pública (angelus) de 17.03.2013. Após falar várias coisas importantes e bíblicas sobre perdão e misericórdia divina, finalizou dizendo: “procuremos a intercessão de Maria”... Ouvimos as próprias palavras do Papa: “No dia seguinte à minha eleição como Bispo de Roma fui visitar a Basílica de Santa Maria Maior, para confiar a Nossa Senhora o meu ministério de Sucessor de Pedro”.[2] Em Aparecida, nesta visita ao Brasil, ele também disse: “Hoje, eu quis vir aqui para suplicar à Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano”. “Que Deus os abençoe e Nossa Senhora Aparecida cuide de você”. Não é assim que irá proclamar a palavra de Jesus ao mundo, pois precisa apresentá-lo como único e exclusivo mediador; nosso advogado; aquele que pleiteia e defende a nossa causa perante o tribunal divino. Para o Papa, “a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria, mas o Povo de Deus sabe, que a igreja verdadeira segue a vontade de Deus, expressa em Sua Palavra.
3. O CULTO ÀS IMAGENS: Rejeitar as imagens e o panteão de santos composto por vários personagens que também são alvo de adoração e devoção devidas somente a Cristo. Essa característica da Igreja Católica está relacionada com a utilização de imagens de escultura, como objeto de adoração e veneração; e também precisaria ser rejeitada.[3] Ela contraria o segundo mandamento e desvia os olhos dos fiéis daquele que é o “autor e consumador da fé – Jesus” (Hebreus 12.2). Proclamar a palavra de Jesus ao mundo significa abandonar a prática espúria e humana da canonização de mortais comuns, pecadores como eu e você, em complexos, mas inúteis processos eclesiásticos, que não têm o poder de aferir ou atribuir poderes especiais a esses santos. Proclamar a mensagem de Jesus, seria abandonar a adoração e devoção à “Nossa Senhora Aparecida” e a tantas outras “Nossas Senhoras” e ídolos que integram a religião Católico-Romana. Vejam o que nos diz a Bíblia:
Salmo:
115.3   No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada.
115.4   Prata e ouro são os ídolos deles, obra das mãos de homens.
115.5   Têm boca e não falam; têm olhos e não vêem;
115.6   têm ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram.
115.7   Suas mãos não apalpam; seus pés não andam; som nenhum lhes sai da garganta.
115.8   Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e quantos neles confiam.
115.9   Israel confia no SENHOR; ele é o seu amparo e o seu escudo.
Habacuque:
2.18   Que aproveita o ídolo, visto que o seu artífice o esculpiu? E a imagem de fundição, mestra de mentiras, para que o artífice confie na obra, fazendo ídolos mudos?
Jeremias:
10.3   Porque os costumes dos povos são vaidade; pois cortam do bosque um madeiro, obra das mãos do artífice, com machado;
10.4   com prata e ouro o enfeitam, com pregos e martelos o fixam, para que não oscile.
10.5   Os ídolos são como um espantalho em pepinal e não podem falar;necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, e não está neles o fazer o bem.
4. O DESTINO DAS PESSOAS: Rejeitar o ensino de que existe um estado pós-morte que proporciona uma “segunda chance” às pessoas. A doutrina do purgatório não tem base bíblica e surgiu exatamente dos livros conhecidos como apócrifos (em 2 Macabeus 12.45), sendo formalizada apenas nos Concílios de Lyon e Florença, em 1439. Mas Jesus e a Bíblia ensinam que existem apenas dois destinos que esperam as pessoas, após a morte: Estar na glória com o Criador – salvos pela graça infinita de Deus (Lucas 23.43 – “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” – e Atos 15.11 -  “fomos salvos pela graça do Senhor Jesus”), ou na morte eterna (Mateus 23.33 – Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?”), como consequência dos nossos próprios pecados. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é alertar as pessoas sobre a inevitabilidade da morte eterna, pregando o evangelho do arrependimento e a boa nova da salvação através de Cristo, sem iludir os fiéis com falsos destinos.
5. AS REZAS: Rejeitar os “mantras” religiosos, que são proferidos como se tivessem validade intrínseca, como fortalecimento progressivo pela repetibilidade. É o próprio Jesus que nos ensinou, em  Mateus 6.7: “… orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos”. É simplesmente incrível como a ficha não tem caído na Igreja Católica, ao longo dos séculos e, mesmo com uma declaração tão clara contra as repetições, da parte de Cristo, as rezas, rosários, novenas, sinais da cruz etc. são promovidos e apresentados como sinais de espiritualidade ou motivadores de ação divina àqueles que os repetem. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é dirigir-se ao Pai como ele ensina, em nome do próprio Jesus, no poder do Espírito Santo, abrindo o nosso coração perante o trono de graça (Filipenses 4.6: Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”).

Conclusão:

Assim, enquanto acompanhamos a visita, é verdade que podemos admirar a coragem deste homem, Jorge Bergoglio, que tem se pronunciado claramente contra alguns pecados aberrantes que estão destruindo a família e a sociedade. No entanto, muito falta para que a Palavra de Deus e os ensinamentos de Jesus façam parte real de sua mensagem e de uma igreja transformada pelo poder do Espírito Santo – como vimos em cada uma dessas áreas mencionadas (e em outras, também).
Em toda essa situação, podemos aprender algumas coisas: (1) Pedir a Deus que dê forças às nossas lideranças evangélicas, e a nós mesmos, para termos intrepidez no interpelar de governantes e da mídia, quando promovem leis e comportamentos que contradizem totalmente os princípios que Deus delineia em Sua Palavra. Estes princípios sempre são os melhores para o bem da humanidade, na qual o povo de Deus (incluindo nossos filhos e netos) está inserido. (2) Exercitar cautela em nossa apreciação e entusiasmo das ações e palavras do Papa – a idolatria e diminuição da intermediação de Cristo continuam bem presentes em sua visão religiosa e na Igreja que o tem como líder. Envolvimentos de evangélicos nessas celebrações são totalmente desprovidas de base bíblica – representam um descaso por essas profundas diferenças doutrinárias que representam a diferença entre a vida e a morte espiritual das pessoas. (3) Clamar a Deus por misericórdia e salvação real para o nosso povo e para a nossa terra. Como é triste em ver tantos olhos e esperanças fixados em santos, mitos, misticismo e na pessoa humana, em vez de no Deus único soberano. O Deus da Bíblia é a esperança de nossas vidas. É ele que nos alcança e nos fala em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo. Esse nosso Deus é real e eterno e não temporal como o Papa.

[1] A Vulgata Latina (382 – 402 d.C.), tradução para o latim, da Bíblia, contém 73 livros (e não 66) além de adições de capítulos em alguns livros do Antigo Testamento, que não constam dos textos hebraicos, nem da Septuaginta (tradução para o Grego, do Antigo Testamento, realizada em torno de 280 a.C.). Estes livros adicionais são chamados delivros apócrifos (duvidosos, fabulosos, falsos). O próprio Jerônimo colocou notas de advertências, quanto à canonicidade e validade dessas adições, mas essa cautela foi suprimida nos séculos à frente. Sua aceitação como escritura canônica, no seio da Igreja Católica, foi formalizada pelo Concílio de Trento, em 1546 d.C. Desapareceu, assim, a compreensão de que aqueles livros estavam ali colocados por “seu valor histórico” ou devocional. É possível que se Jerônimo soubesse, que na posteridade seriam considerados parte integral da Bíblia, provavelmente não os teria incluído em seu trabalho.
[2] Todas essas citações foram extraídas da Homilia no Santuário da Aparecida, proferida em 24.07.2013. http://www.news.va/pt/news/santuario-da-aparecida-homilia-do-Papa-24-julho-20 , acessado em 26.07.2013.
[3] Na mesma homilia já referida, o Papa disse: “A história deste Santuário serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Parnaíba, encontram algo inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe”?
Por Solano Portela. Adaptado do artigo Avaliando com a Bíblia a visita e pronunciamentos do Papa Francisco.



Avaliando com a Bíblia a visita e pronunciamentos do Papa Francisco.

NOTA: Sermão pregado na Igreja Presbiteriana de Santo Amaro em 28.07.2013, baseado em um texto meu anteriormente postado no BLOG, atualizado para o contexto da visita do Papa ao Brasil, no final de julho de 2013.

LeituraMateus 9.35-38
E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades.Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustascomo ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.

Introdução:
Certamente temos visto multidões, idosos e jovens, enfrentando a chuva, a lama, o frio, a ausência de transporte, a insegurança das cidades, para ver o Papa em sua visita ao Brasil, que começou na segunda-feira, 22.07.2013, e se estende até o último domingo do mês. A mídia tem divulgado a visita com tanta intensidade, que se você estava neste planeta, nestas últimas semanas, não pode ter ignorado a presença do Papa no Brasil. Por exemplo, a revista semanal de maior circulação e repercussão (VEJA) trouxe reportagens de capa sobre o acontecimento em duas semanas seguidas. Como avaliar a pessoa do Papa, a sua visita e os seus pronunciamentos? Como entender as expressões de fé e devoção encontradas nos olhares das multidões? O texto de Mateus 9.35-38 fala de multidões às quais não faltava religiosidade! Ao lado da curiosidade, havia devoção, ensino dogmático, religião, mas eram ovelhas "que não tinham pastor"! A sinceridade, mesmo presente, não era passaporte para a verdade! E o pastor de que se fala no texto, é um só - Cristo Jesus, fora do qual não há salvação. Quem é o Papa atual?

O cardeal argentino, Jorge Mario Bergoglio foi escolhido Papa (e assumiu o nome de Francisco) em um dia considerado por muitos “cabalístico” (13.03.13). Havia uma expectativa em muitas pessoas e na mídia de que o novo líder da Igreja Católica fosse um Papa “progressista”. Estes se espantaram com a sua posição em relação à união de gays; à questão do homossexualismo, que hoje em dia é propagada como “apenas” uma opção sexual; e sobre o aborto. Ele é contra, ponto final! Alguns católicos se espantaram porque ele não colocou, de início, o envolvimento social como prioridade máxima da Igreja. Em vez disso, contrariou a mensagem que tem soado renitentemente ao longo das quatro últimas décadas, especialmente em terras brasileiras, proclamada pelos politizados “teólogos da libertação”, ou da natimorta “teologia pública”. Ele aparentou priorizar as questões espirituais!

Desde o início do seu “Papado” certas declarações chamaram a atenção, também, dos evangélicos. Por exemplo, ele disse que a missão da Igreja é difundir a mensagem de Jesus Cristo pelo mundo. Na realidade, ele foi mais enfático ainda e afirmou que se esse não for o foco principal, a Instituição da Igreja Católica Romana tende a se transformar em uma “ONG beneficente”, mas sem relevância maior à saúde espiritual das pessoas! Depois, o viés mudou um pouco, especialmente nesta visita ao Brasil. A ênfase passou para uma postura de vida ascética e humilde, demonstrando uma frugalidade que, em uma era de opulência, corrupção, apropriação de valores alheios e desprezo pelos valores reais da vida, também soa saudável e pertinente!

Ei! Disseram alguns evangélicos – essa é a nossa mensagem!!

Bom, não seria a primeira vez na história que um prelado católico reconhece que a Igreja tem estado equivocada em seus caminhos e mensagem. Já houve um monge agostiniano que, estudando a Bíblia, verificou que tinha que retornar às bases das Escrituras e reavivar a missão da igreja na proclamação do evangelho, libertando-a de penduricalhos humanos absorvidos através de séculos de tradição. Estes possuíam apenas características místicas, mas nenhuma contribuição espiritual e de vida que fosse real às pessoas. Assim foi disparado o movimento que ficou conhecido na história como a Reforma do Século 16, com as mensagens, escritos e ações de Martinho Lutero, em 1517. Lutero foi seguido por muitos outros reformadores, que se apegaram à Bíblia como regra de fé e prática.

Será que estamos testemunhando uma “segunda reforma” dentro da Igreja Católica? Se algumas dessas declarações do Papa Francisco forem levadas a sério, por ele próprio e por seus seguidores, vai ser uma revolução. Mas é importante lembrar, entretanto, que proclamar a mensagem de Jesus Cristo é algo bem abrangente e sério. Existem implicações definidas e explícitas nessa frase. E a questão que não quer calar é: será que a Igreja Católica está disposta a se definir com coragem em pelo menos nessas cinco áreas cruciais? Examinemos uma a uma.

1. AS ESCRITURAS: Rejeitar apêndices aos livros inspirados das Escrituras. Ou seja, assumir lealdade apenas às Escrituras Sagradas, rejeitando os chamados livros apócrifos.Proclamar as palavras de Jesus, nesta área, é aceitar tão somente o que ele aceitou. Em Lucas 24.44, Jesus referiu-se às Escrituras disponíveis antes dos livros do Novo Testamento, como “A Lei de Moisés, Os Profetas e Os Salmos” – essa era exatamente a forma da época de se referir às Escrituras que formam o Antigo Testamento, em três divisões específicas (Pentateuco, livros históricos e proféticos e livros poéticos) compreendendo, no total, 39 livros. Representam os livros inspirados aceitos até hoje pelo cristianismo histórico, abraçado pelos evangélicos, bem como pelos Judeus de então e da atualidade. Ou seja, nenhuma menção ou aceitação dos livros apócrifos, não inspirados, que foram inseridos 400 anos depois de Cristo, quando Jerônimo editou a tradução em Latim da Bíblia – a Vulgata Latina[1]. Evangélicos e católicos concordam quanto aos 27 livros do Novo Testamento, mas essas adições à Palavra são responsáveis pela introdução de diversas doutrinas estranhas, que nunca foram ensinadas ou abraçadas por Jesus e pelos apóstolos. Além disso, na Igreja Católica, a própria TRADIÇÃO tem força normativa igual à Bíblia. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo começa com a aceitação das Escrituras do Antigo e Novo Testamento, e elas somente, como fonte de conhecimento religioso e regra de fé e prática. Se não nos atemos a conhecer as Escrituras verdadeiras, caímos em erro, como alerta Jesus a alguns religiosos do seu tempo, que apesar de citarem as Escrituras, se apegavam mais às tradições do que à Palavra de Deus: “Não provém o vosso erro de não conhecerdes as Escrituras, nem o poder de Deus?” (Marcos 12.24). O livro doApocalipse, no final da Bíblia, traz palavras duras tanto para subtrações como para ADIÇÕES às Escrituras: (22.18)   “Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; (22.19)   e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro”.

2. A MEDIAÇÃO COM DEUS: Rejeitar a mediação de qualquer outro (ou outra) entre Deus e as Pessoas, que não seja o próprio Cristo. Não acatar a mediação de Maria, e muito menos a designação dela como co-redentora, lembrando que o ensino da palavra é o de que “há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Timóteo 2.5). Na realidade, a Igreja precisa obedecer até à própria Maria, que ensinou: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (João 2.5); e Ele nos diz: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao pai, senão por mim” (João 14.6). Foi um momento revelador da dificuldade que o Papa tem na aderência a essa mensagem da Bíblia, observar sua homilia pública (angelus) de 17.03.2013. Após falar várias coisas importantes e bíblicas sobre perdão e misericórdia divina, finalizou dizendo: “procuremos a intercessão de Maria”... Ouvimos as próprias palavras do Papa: “No dia seguinte à minha eleição como Bispo de Roma fui visitar a Basílica de Santa Maria Maior, para confiar a Nossa Senhora o meu ministério de Sucessor de Pedro”.[2] Em Aparecida, nesta visita ao Brasil, ele também disse: “Hoje, eu quis vir aqui para suplicar à Maria, nossa Mãe, o bom êxito da Jornada Mundial da Juventude e colocar aos seus pés a vida do povo latino-americano”. “Que Deus os abençoe e Nossa Senhora Aparecida cuide de você”. Não é assim que irá proclamar a palavra de Jesus ao mundo, pois precisa apresentá-lo como único e exclusivo mediador; nosso advogado; aquele que pleiteia e defende a nossa causa perante o tribunal divino. Para o Papa, “a Igreja sai em missão sempre na esteira de Maria, mas o Povo de Deus sabe, que a igreja verdadeira segue a vontade de Deus, expressa em Sua Palavra.

3. O CULTO ÀS IMAGENS: Rejeitar as imagens e o panteão de santos composto por vários personagens que também são alvo de adoração e devoção devidas somente a Cristo. Essa característica da Igreja Católica está relacionada com a utilização de imagens de escultura, como objeto de adoração e veneração; e também precisaria ser rejeitada.[3] Ela contraria o segundo mandamento e desvia os olhos dos fiéis daquele que é o “autor e consumador da fé - Jesus” (Hebreus 12.2). Proclamar a palavra de Jesus ao mundosignifica abandonar a prática espúria e humana da canonização de mortais comuns, pecadores como eu e você, em complexos, mas inúteis processos eclesiásticos, que não têm o poder de aferir ou atribuir poderes especiais a esses santos. Proclamar a mensagem de Jesus, seria abandonar a adoração e devoção à “Nossa Senhora Aparecida” e a tantas outras “Nossas Senhoras” e ídolos que integram a religião Católico-Romana. Vejam o que nos diz a Bíblia:
Salmo:
115.3   No céu está o nosso Deus e tudo faz como lhe agrada.
115.4   Prata e ouro são os ídolos deles, obra das mãos de homens.
115.5   Têm boca e não falam; têm olhos e não vêem;
115.6   têm ouvidos e não ouvem; têm nariz e não cheiram.
115.7   Suas mãos não apalpam; seus pés não andam; som nenhum lhes sai da garganta.
115.8   Tornem-se semelhantes a eles os que os fazem e quantos neles confiam.
115.9   Israel confia no SENHOR; ele é o seu amparo e o seu escudo.
Habacuque
2.18   Que aproveita o ídolo, visto que o seu artífice o esculpiu? E a imagem de fundição, mestra de mentiras, para que o artífice confie na obra, fazendo ídolos mudos?
Jeremias
10.3   Porque os costumes dos povos são vaidade; pois cortam do bosque um madeiro, obra das mãos do artífice, com machado;
10.4   com prata e ouro o enfeitam, com pregos e martelos o fixam, para que não oscile.
10.5   Os ídolos são como um espantalho em pepinal e não podem falar;necessitam de quem os leve, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, e não está neles o fazer o bem.

4. O DESTINO DAS PESSOAS: Rejeitar o ensino de que existe um estado pós-morte que proporciona uma “segunda chance” às pessoas. A doutrina do purgatório não tem base bíblica e surgiu exatamente dos livros conhecidos como apócrifos (em 2 Macabeus 12.45), sendo formalizada apenas nos Concílios de Lyon e Florença, em 1439. Mas Jesus e a Bíblia ensinam que existem apenas dois destinos que esperam as pessoas, após a morte: Estar na glória com o Criador – salvos pela graça infinita de Deus (Lucas 23.43 – “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” – e Atos 15.11 -  fomos salvos pela graça do Senhor Jesus”), ou na morte eterna (Mateus 23.33 – Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?”), como consequência dos nossos próprios pecados. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é alertar as pessoas sobre a inevitabilidade da morte eterna, pregando o evangelho do arrependimento e a boa nova da salvação através de Cristo, sem iludir os fiéis com falsos destinos.

5. AS REZAS: Rejeitar os “mantras” religiosos, que são proferidos como se tivessem validade intrínseca, como fortalecimento progressivo pela repetibilidade. É o próprio Jesus que nos ensinou, em  Mateus 6.7: “... orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos”. É simplesmente incrível como a ficha não tem caído na Igreja Católica, ao longo dos séculos e, mesmo com uma declaração tão clara contra as repetições, da parte de Cristo, as rezas, rosários, novenas, sinais da cruz etc. são promovidos e apresentados como sinais de espiritualidade ou motivadores de ação divina àqueles que os repetem. Proclamar a palavra de Jesus ao mundo é dirigir-se ao Pai como ele ensina, em nome do próprio Jesus, no poder do Espírito Santo, abrindo o nosso coração perante o trono de graça (Filipenses 4.6: Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças”).

Conclusão:
Assim, enquanto acompanhamos a visita, é verdade que podemos admirar a coragem deste homem, Jorge Bergoglio, que tem se pronunciado claramente contra alguns pecados aberrantes que estão destruindo a família e a sociedade. No entanto, muito falta para que a Palavra de Deus e os ensinamentos de Jesus façam parte real de sua mensagem e de uma igreja transformada pelo poder do Espírito Santo – como vimos em cada uma dessas áreas mencionadas (e em outras, também).

Em toda essa situação, podemos aprender algumas coisas: (1) Pedir a Deus que dê forças às nossas lideranças evangélicas, e a nós mesmos, para termos intrepidez no interpelar de governantes e da mídia, quando promovem leis e comportamentos que contradizem totalmente os princípios que Deus delineia em Sua Palavra. Estes princípios sempre são os melhores para o bem da humanidade, na qual o povo de Deus (incluindo nossos filhos e netos) está inserido. (2) Exercitar cautela em nossa apreciação e entusiasmo das ações e palavras do Papa – a idolatria e diminuição da intermediação de Cristo continuam bem presentes em sua visão religiosa e na Igreja que o tem como líder. Envolvimentos de evangélicos nessas celebrações são totalmente desprovidas de base bíblica - representam um descaso por essas profundas diferenças doutrinárias que representam a diferença entre a vida e a morte espiritual das pessoas. (3) Clamar a Deus por misericórdia e salvação real para o nosso povo e para a nossa terra. Como é triste em ver tantos olhos e esperanças fixados em santos, mitos, misticismo e na pessoa humana, em vez de no Deus único soberano. O Deus da Bíblia é a esperança de nossas vidas. É ele que nos alcança e nos fala em Cristo Jesus, pelo poder do Espírito Santo. Esse nosso Deus é real e eterno e não temporal como o Papa.

Solano Portela




[1] A Vulgata Latina (382 – 402 d.C.), tradução para o latim, da Bíblia, contém 73 livros (e não 66) além de adições de capítulos em alguns livros do Antigo Testamento, que não constam dos textos hebraicos, nem da Septuaginta (tradução para o Grego, do Antigo Testamento, realizada em torno de 280 a.C.). Estes livros adicionais são chamados delivros apócrifos (duvidosos, fabulosos, falsos). O próprio Jerônimo colocou notas de advertências, quanto à canonicidade e validade dessas adições, mas essa cautela foi suprimida nos séculos à frente. Sua aceitação como escritura canônica, no seio da Igreja Católica, foi formalizada pelo Concílio de Trento, em 1546 d.C. Desapareceu, assim, a compreensão de que aqueles livros estavam ali colocados por “seu valor histórico” ou devocional. É possível que se Jerônimo soubesse, que na posteridade seriam considerados parte integral da Bíblia, provavelmente não os teria incluído em seu trabalho. 

[2] Todas essas citações foram extraídas da Homilia no Santuário da Aparecida, proferida em 24.07.2013. http://www.news.va/pt/news/santuario-da-aparecida-homilia-do-Papa-24-julho-20 , acessado em 26.07.2013.
[3] Na mesma homilia já referida, o Papa disse: “A história deste Santuário serve de exemplo: três pescadores, depois de um dia sem conseguir apanhar peixes, nas águas do Rio Parnaíba, encontram algo inesperado: uma imagem de Nossa Senhora da Conceição. Quem poderia imaginar que o lugar de uma pesca infrutífera, tornar-se-ia o lugar onde todos os brasileiros podem se sentir filhos de uma mesma Mãe”?